quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Tratado pela Libertação das Mulheres

Tenho me perguntado porque foi que acabamos perdendo a decência...porque nós nos damos o direito de esquecer nosso rosto, nossa identidade, para virar uma mulher de alguém - que geralmente faz perguntas demais, controla demais, quer saber demais. Queria saber em que momento da história, depois de toda a reviravolta, nos perdemos de nossa própria independência. Da essência. E porque raios precisamos dos homens pra viver, enquanto eles parecem precisar tão pouco de nós (um bordel? Uma lavadora de roupa? Uma empresa de contabilidade?). Porque foi que nos demos ao luxo de perder o brio. Me sinto ofendida por todas as mulheres do mundo quando o homem se sente sufocado porque gosto de acompanhá-lo, porque faço perguntas banais, ou porque "acho demais". Desculpe, o nosso mundo é assim...cheio de pormenores - mas infelizmente, talvez aí a raiz de todos os males do mundo, eternamente dependente de um príncipe encantado que, com sorte, venha a se submeter ao regime carcerário do casamento. Lamento por todas nós, e principalmente por mim, por ter guardado meu eu pra ser um nós, por um instinto ridículo de cuidado...guiada também muitas vezes pela idéia de que homens gostam de fazer burrices e por isso precisam de nós por perto. Então ele precisa de proteção e eu preciso de estabilidade financeira? É um discurso machista, eu sei. Também quis fugir dele, mas igualmente reconheço que um pedaço ainda está no DNA, e nos faz agir como agimos. Nos faz acreditar que uma boa mulher entende que "seu homem" tem fases, respeita todas elas e aprende o momento certo de introduzir assuntos, desejos e opiniões. Me desculpe mamãe, mas eu não quero ser uma pequena flor manipuladora. E pra dizer a verdade, estou cansada de esperar o momento certo, e entender a fase do "meu homem". Espero sinceramente que as minhas táticas argumentativas possam ser as mesmas empregadas pra qualquer outra pessoa, e me livrar da sensação de que eu devo educá-lo ou calculá-lo, porque ele não sabe o que faz. Acho que quero um relacionamento sério...comigo mesma. E aquela necessidade de casar e de não se entregar a qualquer homem que não seja minimamente valoroso e merecedor, podia voar pela janela, por favor. Freud, invejamos sim os homens, mas talvez por outras razões. Esse é um grito em plena revolução pela liberdade desmedida do homem de amar sem se escravizar, e se permitir a certas coisas que não sejam em nem um grau, afeição...que recentemente me ensinaram, num discurso muito moderno, de que as mulheres não são capazes. Talvez eu realmente não seja, pela educação ridícula que recebi dos românticos. Espero que minha filha não nasça nesse mesmo estigma infeliz, de carregar casamentos nas costas, e sofrer como um cachorro. Ou seria melhor dizer, como uma mulher?

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