sábado, 14 de maio de 2011

O amor é redundante e a gente continua rodando dentro dele.

- Onde você vai?


Vou ali na esquina enterrar o meu coração, Lorena. Não me espere pra jantar, não abra o vinho porque hoje a noite eu não vou ficar. Talvez eu chegue às 4, bêbada. Talvez às 6, desvairada. Mas certamente sem o coração no peito. Despreveni. Deixei com ele e agora fico sem graça de pedir de volta. Vou continuar voltando pra casa sem o coração, até o dia em que ele não o quiser mais; neste caso, pego de volta. Atordoada ainda, com Caio martelando na cabeça, Caio entende; na cabeça não, na alma que nessa hora a gente não tem corpo mais. Viva e aberta, procurando o furo, como é que isso tinha acontecido? Fato é que desde já está acontecido, consumado, Lorena, meu coração ficou com ele e agora eu não sou ninguém e sou tudo, sou Deus, morta de medo e absolutamente destemida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário