segunda-feira, 17 de outubro de 2011

So babe/ what we´ve got/ has lately /not been enough

Acho ainda que amor é fraqueza. Uma fraqueza maliciosa que derruba a gente, e a gente rindo, besta, burro. E feliz. E triste, depois. Sentimento é fraqueza, eu nunca gostei de ser fraco. Mas aceitei. Como a gente aceita os redemoinhos no cabelo, os dedos gordinhos e o dedão do pé torto. E eu continuei assim contigo, de longe, quieto. Num amor docinho, docinho, segunda de sol, a gente tão jovem pra morrer e os nossos olhos fugindo e encontrando e suas viagens se enlaçando nas minhas e a gente rindo. Pra quê droga, meu Pai. Aceitei seu menino numa falta de ciúme que agora me surpreende, cuida dela, han? Que ela fica com medo às vezes. Que ela reclama também. Mas tem esse coração grande que não cabe. E vermelho puro. E eu gosto dela nesse silêncio manso, um afago, um feixe, um contratempo. Fica mais um pouco, já que a gente não tem pressa e não morre nunca. Depois você liga pra ele. Depois, depois você volta pro mundo lá fora. Por enquanto fica aqui que eu faço um drink pra você e trago o violão, te peço pra cantar e você muda de assunto e pergunta, pergunta sem parar porque não cansa de perguntar nunca enquanto sonda meu quarto, minhas meias, inspeciona o chão da varanda. Olhava pra ele, queria segurar sua mão e dizer que sim, que sim, que sim, e que continua tudo igual e bom e no lugar. Do jeito que for você continua pra mim açúcar puro, esse pedaço que vai comigo porque não se dissocia, que não tem cabimento isso, dissociar. Vai comigo o coração quente e claro que você me deu, porque depois que a gente muda assim não volta mais: vai ficar sempre quente e claro. Você vai comigo, meu bem: seu ted, sua febre por tudo e a falta de pressa, suas piadas, seu cuidado, seu apartamento sem tempo de nada, desalinhado do resto do mundo (graças a Deus). E eu sei que ela entende que você é um bom homem porque a gente reconhece logo pelos olhos, e fica com essa vontade toda de ser boa também. Que ela seja boa, D., que seja a melhor mulher do mundo, e que tudo contigo continue sendo bom, quente e claro.

Um comentário:

  1. Seus textos sempre me enchem os olhos d'água, porque tem tanto amor, tanta paixão, mesmo nos sem-finais-felizes. É tão bom vir aqui e me enche de orgulho ver você escrever tão bem.
    Continue sempre assim.
    Beijo

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