quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mas deixara-se ao bel prazer, por isso o sorriso satisfeito e lânguido. Tinha deixado que o amor a devorasse crua, sem os talheres de prata. Sem a etiqueta, os cristais, os violinos...as frases previsíveis encadeadas...liberdade era aquilo, deixar-se a mercê; ele a enchovalhou, beijou-lhe a face, disse coisas bonitas, trouxe-a para junto de si, apalpou suas coxas. "Comeu meu nome, minha identidade, meu retrato". Destroçou-a. Bateu-lhe no rosto. Arregaçou as mangas e tratou ele mesmo da chibata e foi perdendo a conta. E ela agora, oferecida na mesa. A carne vermelha, sangrenta. Devorava-a sem cerimônia. Mas ela não tinha por quê fugir...natureza não se pode negar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário