sábado, 10 de abril de 2010

Precisava que gritassem, gritassem muito alto dentro dos seus ouvidos, que escravizassem o pensamento que vagava, ouvindo tudo em partes, alheio, esquecido. A dor se arrastava lenta, viscosa. Rezava sem convicção, mas pedir não custa. O jornal não dizia coisa com coisa. O mundo parecia desconexo aqui do lado de dentro. Correu pra se esconder. Gritou. Ameaçou. Acabou abatida, se embolando nos cobertores. Dormir, dormir até mudar o século, até a dor cansar e vir o sol, tingindo as árvores.

Um comentário:

  1. laís, acho que temos um pouco de simbiose. você costuma dizer o que sinto...
    o álcool hoje veio lento e viscoso, sem convicção. foram horas e horas de falta de esperança em conceitos formais e intelectuais. uma tristeza.

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