domingo, 21 de fevereiro de 2010

Segurei seus dedos entre os meus com um pouquinho mais de força, fingindo ser só distração, pensando não vá embora por favor por favor por favor. Dizem tantas coisas, dizem que não existe príncipe, que as mulheres tem que ser difíceis, mil fórmulas e nenhuma parece caber pra nós, fica, peço em silêncio. Lembrou do quadro da tia na sala, uma mulher envolta pela claridade azul berrante, crepúsculo. E ele ali, no escuro, azul também. Diz das suas estrelas, das suas histórias, fica, meu bem.

3 comentários:

  1. 'Mil fórmulas e nenhuma parece caber pra nós.'

    fórmula nenhuma parece funcionar pra gente.


    doeu um pouquinho.
    beijo.

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  2. O corpo fala.
    Mas é preciso alma pra ouvir.

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  3. "(...)deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente..."

    não é tentativa de conseguir mais uma leitora, mas, inevitavelmente, é c.f abreu... de novo.

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